0028. Sentir-pensar-criar
Eis-me, mais uma vez, perante mim…
Eis-me, mais uma vez, manifestando toda esta cognoscente necessidade de exteriorizar…
Impulsos recônditos embebidos de emoção…
Trazer todas estas imagens à luz da consciência e manifesta-las neste intelecto, deixa nos lábios um delicioso sabor a arte…
Tornar comuns, todos estes vocábulos…
Aperfeiçoar o gesto de sentir-pensar-criar, como o natural hábito de respirar, tornar o mais límpido possível o abstrato, aproximar a Possível-verdade… vivendo simplesmente o presente com todas as suas naturais omissões -até as mais ocultas, onde usualmente inscrevo apenas as mais secretas imagens mentais de realidade -e vendo nascer um suposto livro de natural estrutura de vida, dividido por Capítulos de Tempo é desejo imediato, imperfeito, ainda que ficcionar seja já em si errar (um erro a juntar a tantos erros!)… eis a que aspiro!
A melhor arte literal, a mais pura, a mais autêntica, é esta autêntica realidade!
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Às vezes sinto que não me divido o suficiente, que não participo, ou não cuido da imagem intelectual dada por entre um copito e dois dedos de conversa, que me permitiria afirmar-me perante o círculo de amizades que me envolve… chego mesmo a distanciar-me, criando apenas o circulo restrito e algo selecionado; na verdade gosto de me afastar e divertir-me comigo mesmo. Nessas ocasiões sou mais intenso, mais profundo… como se convivesse com a mais perfeita e interessante das companhias.
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Autor: Carlos Silva
Data: 1995-11-12
Imagem: Internet
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