Abandono
Aaaaaaaaaaa!…[1]
Satisfação…
Abandono…
Abandono total…
Não quero pensar!
Silêncio…
Eis que o tempo de pensar se impõe…
Irrompem fugazes sensações de quase-pensamento…
Silêncio…
Penso que sinto uma insignificante imagem carnal….
Sinto que penso uma insignificante cópula mental…
Satisfaz-me pensar esta mera corporação escrita d’ inútil significado…
Satisfaz-me pensar o repouso neuronial desta cópula mental…
Satisfaz-me a plena liberdade física e mental…
Satisfaz-me este abandono…
Silêncio…
Abandonado por tempo ao destempo…
Como se não existisse tempo… nada!…
“Há metafísica bastante em não pensar em nada”[2]…
Basta ficar assim… abandonado…
Silêncio…
Que importa o universo racional dum ato de amor?!
Que importa retê-lo em mente…
Se ainda o tenho no corpo!
Ínfima sensação… -que me devorou…
Dele resta apenas, literalmente, estes pedaços de Amor…
Abandono…
Abandono total…
Não quero pensar!
Silêncio…
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Autor: Carlos Silva
ata: 1995-08-17
Imagem: Internet
Obs:
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