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0130. Deus Estado

0130. Deus Estado

130. Deus Estado b

Se o culto de um “Deus” pode iluminar ou ensombrar qualquer raciocínio…

O culto de um “Deus Estado” pode distorcer ou destruir completamente qualquer mente minimamente racional.

Se o culto de uma divindade pode conferir ilusão, protagonismo, poder, dinheiro a uns quantos pastores que supostamente se julgam mais iluminados que o seu rebanho…

O culto de um “Deus-Estado”, além de enorme poder e dinheiro, pode conferir ao seu líder irracionalidade e cegueira, tornando a sua força[1] verdadeiramente devastadora para a humanidade.

Se o líder do “Deus-Estado” for um ser aparentemente humano…

Se o líder possuir o poder de carregar (ou mandar carregar) num simples botão para fazer detonar umas quantas bombas atómicas (compradas com o dinheiro dos seus milhões de seguidores, patrióticos contribuintes) para eliminar os seus supostos adversário e inimigos…

Se o líder possuir o poder de decidir (ou mandar decidir) sobre a vida de outros seres que pensem de maneira diferente, ou que vivam num ambiente diferente do dele… e arbitrariamente os mandar prender, calar, ou eliminar…

Se o líder possuir o poder e a autoridade de perseguir (ou mandar perseguir) e exterminar quem não aceita a sua disciplina ou os seus ideais, ou simplesmente procura nessa face da terra melhores condições de vida…

Finalmente, se os seus fiéis e leais membros ou seguidores seguirem os seus ideais e a sua disciplina de forma absolutamente cega e incondicional, tal como as crenças mais fanáticas que afirmam que o seu deus é que é “único e verdadeiro” …

Então, o Estado, ainda que o pareça, deixa de ser Estado…  pode tornar-se verdadeiramente desumano… e até transformar-se num verdadeiro monstro!

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A propósito do tema em epígrafe, esta semana li uma frase de uma escritora (Nota 1) e alguns textos (Notas 2 e 3) que de certa forma me levaram a elaborar o presente texto.

Nota 1

“Nenhuma nação pode ser considerada livre, independente, soberana e autocéfala enquanto subsistirem indivíduos aprisionados a mitos, crenças, lendas ou tradições.”

Marta Oliveira

Nota 2

No seu discurso de tomada de posse, Trump, refere:

“No alicerce de nossa política haverá uma lealdade total aos Estados Unidos da América.”

(Aplausos)

A Bíblia diz “quão bom e agradável é quando o povo de Deus vive junto em unidade.” Devemos expor o que pensamos francamente, debater as nossas divergências com honestidade, mas sempre praticando a solidariedade. Quando os Estados Unidos estão unidos, nada pode deter os Estados Unidos.

(Aplausos)

Não deve haver medo. Estamos protegidos, e sempre estaremos protegidos. Seremos protegidos pelos grandes homens e mulheres das nossas Forças Armadas e Forças de Segurança. E, mais importante ainda, seremos protegidos por Deus.

(Aplausos)

(…)

É hora de lembrar aquele ditado antigo que os nossos soldados nunca esquecerão: que independentemente de sermos negros, morenos ou brancos, todos temos o mesmo sangue vermelho dos patriotas. Todos desfrutamos das mesmas liberdades gloriosas e todos saudamos a mesma grande bandeira americana. E quer a criança que nasce na periferia de Detroit ou a que nasce nas planícies varridas pelo vento de Nebraska, à noite elas olham para o mesmo céu. Elas enchem o coração com os mesmos sonhos e recebem o sopro de vida do mesmo Criador Todo-Poderoso.

(Aplausos)

Juntos, faremos os Estados Unidos fortes de novo. Faremos os Estados Unidos ricos de novo. Faremos com que os Estados Unidos tenham orgulho de novo. Tornaremos os Estados Unidos seguros de novo. E sim, juntos, faremos os Estados Unidos grandes de novo.

Obrigado. Que Deus vos abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos.

(Aplausos)

Obrigado. Que Deus abençoe os Estados Unidos.  

(Aplausos)

(Extrato de texto retirado da internet)

Nota 3

“Arendt, para quem não lembra, alcançou “a banalidade do mal” ao testemunhar no julgamento do nazista Adolf Eichmann, em Jerusalém, e perceber que ele não era um monstro com um cérebro deformado, nem demonstrava um ódio pessoal e profundo pelos judeus, nem tampouco se dilacerava em questões de bem e de mal. Eichmann era um homem decepcionantemente comezinho que acreditava apenas ter seguido as regras do Estado e obedecido à lei vigente ao desempenhar seu papel no assassinato de milhões de seres humanos. Eichmann seria só mais um burocrata cumprindo ordens que não lhe ocorreu questionar. A banalidade do mal se instala na ausência do pensamento.

Otto Adolf Eichmann foi umSS (tenente-coronel) da Alemanha Nazista, e um dos principais organizadores do Holocausto. Eichmann foi designado pelo SS Reinhard Heydrich para gerir a logística das deportações em massa dos judeus para os guetos e campos de extermínio das zonas ocupadas pelos alemães no Leste Europeu durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1960, foi capturado na Argentina pela Mossad, o serviço secreto de Israel. Após um julgamento de grande publicidade em Israel, foi considerado culpado por crimes de guerra e enforcado em 1962.

Depois de frequentar a escola, onde foi um aluno mediano, Eichmann trabalhou na empresa de mineração do seu pai na Áustria, para onde a família foi viver em 1914. A partir de 1927, trabalhou como técnico comercial da área do petróleo, juntando-se ao Partido Nazista e às SS em 1932. Após regressar à Alemanha em 1933, entrou para o Sicherheitsdienst (SD; Serviço de Segurança), onde foi nomeado para chefe do departamento responsável pelas questões judaicas -em particular a emigração, a qual os nazistas forçaram através da violência e pressão económica. No início da guerra em setembro de 1939, Eichmann e o seu pessoal concentraram os judeus em guetos nas grandes cidades, esperando que fossem transportados para o leste e para territórios ultramarinos. Eichmann elaborou planos para colocar os judeus em reservas, primeiramente em Nisko no sudeste da Polónia e, mais tarde, em Madagáscar, mas nenhum deles seguiu em frente.

Quando os nazistas deram início à invasão da União Soviética em 1941, a política em relação aos judeus foi alterada passando de emigração para extermínio. Para coordenar o planeamento do genocídio, Heydrich recebeu os responsáveis administrativos do regime na Conferência de Wannsee em 20 de Janeiro de 1942. Eichmann reuniu informação para Heydrich, esteve presente na reunião e preparou as minutas. Eichmann e o seu pessoal ficaram responsáveis pela deportação dos judeus para os campos de extermínio, onde as vítimas foram gaseadas. Depois da invasão alemã da Hungria em Março de 1944, Eichmann supervisionou a deportação de grande parte da população judia daquele país. Muitas das vítimas foram enviadas para Auschwitz, onde entre 75 e 90 por cento foi executada à chegada. Quando os transportes cessaram em julho de 1944, 437 000 dos 725 000 judeus húngaros tinham sido mortos. O historiador Richard J. Evans estima que entre 5,5 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelos nazistas. Eichmann afirmou no final da guerra que “daria saltos na sua sepultura de tanto rir porque, sentir que tinha cinco milhões de pessoas na sua consciência, seria para ele uma fonte de extraordinária satisfação.”

Depois da derrota da Alemanha em 1945, Eichmann fugiu para a Áustria. Ali viveu até 1950, mudando-se para a Argentina usando documentos falsos. As informações recolhidas pela Mossad, confirmou a localização de Eichmann em 1960. Uma equipa da Mossad e agentes da Shin Bet sequestraram Eichmann e levaram-no para Israel para ser julgado sobre 15 crimes, incluindo crimes de guerra, crimes contra a humanidadee crimes contra o povo judeu. Considerado culpado de muitas das acusações, foi condenado à morte e executado em 1 de Junho de 1962. O julgamento foi seguido pelos meios de comunicação e serviu de inspiração para vários livros, incluindo o de Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém, no qual Arendt descreve Eichmann com a frase “a banalidade do mal”.

(Extrato de texto retirado da internet)

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-01-12
Obs: Imagem retirada da Internet
Direitos reservados.
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[1] Do Deus Estado
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