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0177. “Fátima S.A.”

0177. “Fátima S.A.”

0177. Fátima S.A. a

Não li o livro “Fátima S.A.” do Padre Mário Oliveira, mas sim, por curiosidade, uma entrevista que deu ao Jornal de Notícias em outubro de 2015…

Perguntei-me o que é que levaria um padre a criticar impiedosamente a igreja católica (em particular, “Fátima”) formulando opiniões que mais parecem críticas do mais fervoroso dos ateus…

Disse, o Padre Mário Oliveira, que “Fátima é uma aldrabice!”

Muita gente atualmente já terá chegado a essa evidente conclusão…  ainda que fisicamente seja impossível lá ter estado (como é o meu caso) pelo que lê e investiga pessoalmente…

Factos e informação fidedigna sobre esta verdadeira farsa é o que não falta…

É preciso é procurar… é claro!

Basta lermos a impressa da época…

Basta ler os comentários das personagens principais da história da altura (crentes e não crentes) … dos atores secundários e dos principais (os “pastorinhos”)…

Basta situarmo-nos no local do “milagre” na dita Cova da Iria, na altura… contextualizar… e pensar um pouco!…

Para tal, também é preciso fazer com que quem crê… (e quem não crê) leia a informação…

Por exemplo, entre inúmeros factos, consta nessas informações o seguinte:

“A Virgem falou sem mexer os lábios, sem modificar a expressão do rosto, sem fazer o mínimo gesto”;

A Virgem media um metro e dez centímetros de altura…”;

Lúcia, disse que a “Virgem” lhe dissera: “O meu lugar é o do céu”;

Lúcia, disse que a “Virgem” tinha “argolas de oiro nas orelhas…”;

Lúcia disse ao cónego Nunes Formigão que “não via a Senhora em nenhuma parte… e depois ao Padre Ferreira Lacerda que a Virgem aparecia vindo do lado Nascente”;

Lúcia, foi incapaz de reproduzir posteriormente algumas frases curtas por ela atribuídas à Virgem… depois quando mulher, as “longas falas do anjo e da Virgem”, continham numerosas palavras cujo significado ela própria ignorava completamente;

O Sr. Oliveira Santos, (administrador do concelho que, em agosto de 1917, interrogou Lúcia, Jacinto e Francisco) contou que o Sr. António Santos, (o “Abóbora”, pai de Lúcia) na altura se referiu à filha, nos seguintes termos:

“O Sr. administrador não acredite na minha filha, que ela é uma intrujona!”.

Além da maior aldrabice que a humanidade já conheceu e conhece… a religião…

(só não a enxerga quem não a consegue ver)

Agora em Portugal, como se também não bastasse, também temos… “A aldrabice de Fátima” – e não há outra forma de lhe chamar, porque “aldrabice” é mesmo o adjetivo mais adequado.

Tal como o todo poderoso “Ser Celestial”, também a dita “Senhora de Fátima”, ameaçou os desgraçados seres humanos, com alguns “castigos” … no mínimo, perversos…

Ver tanta gente a sofrer, agita-me a consciência…

Quem são realmente os culpados?!

Transcrevo excertos de uma entrevista ao Padre Mário de Oliveira (talvez aqui se obtenha alguma resposta… tal como ele a obteve):

Como se explica que, perante as denúncias feitas, os donativos ao Santuário continuem a bater recordes?

“(…) As populações, milenarmente subjugadas, humilhadas, desamparadas, são criminosamente levadas a pensar-acreditar que, por si próprias, não podem fazer nada e que o alívio para os seus quotidianos de dores só pode vir de fora delas. As populações deixam-se arrastar para aqueles locais e aquelas instituições que lhes são criminosamente apresentados como libertadores. O desastre humano é total. Se repetido, ano após ano, geração após geração, o estado de degradação e desamparo agrava-se e as populações acabam por morrer no seu inferno de dores.”

Mesmo perante as provas mais irrefutáveis, julga que a atitude dos crentes face às aparições não se alteraria?

“Enquanto não desaparecerem as causas que produzem multidões e multidões de vítimas, de desempregados, de escravizados, de migrantes-refugiados, de assalariados, de analfabetos políticos, culturais, artísticos, as provas mais irrefutáveis apenas servem para radicalizar ainda mais os fanatismos religiosos, fruto de ancestrais e inconscientes medos que elas trazem nos genes, como outros tantos demónios mudos, que lhes roubam continuadamente a voz e a vez. A própria Ciência, se não é humilde e intrinsecamente cordial, acaba por se tornar perversa. Agride ainda mais as multidões condenadas pelo sistema de poder a terem de viver em labirintos sem saída.”

Acredita que, desta vez, foi muito mais longe na desmistificação das aparições?

“É, agora, sobejamente claro que Fátima e a sua senhora não têm nada a ver com Maria, a mãe de Jesus. Que tudo aquilo é negócio, pura idolatria. (…)”

Mesmo para um cético, como é o seu caso, não acha que Fátima desempenha um papel fulcral na sociedade portuguesa?

“Quem o não reconhece? A questão que nos havemos de colocar é o tipo de “papel fulcral na sociedade portuguesa” que Fátima representa. E aqui tenho de dizer, sem que a voz me trema, que no que respeita à igreja católica romana, Fátima é a vergonha das vergonhas. E se a fé católica romana é assim tão rasca, como a dos fatimistas, então, é muito mais digno ser-se agnóstico ou ateu. Já no que respeita ao turismo religioso, propriamente dito, é óbvio que, sem Fátima, as empresas que têm o mau gosto de se lhe dedicarem, sofrerão um rombo sem igual, se Fátima vier a cair em descrédito. Mas, também aqui, é bom sublinhar que se o turismo religioso é tão rasca como o que Fátima proporciona, os turistas só terão a ganhar, se passarem a viajar para o ar puro das montanhas, onde o veneno do Mercado ainda não chegou, e para a simplicidade das aldeias do interior. Este tipo de turismo alternativo ao religioso faz muito melhor à saúde e sai muito mais barato. Mas não sou ingénuo. Sei perfeitamente que o Mercado financeiro jamais vai por aí, tão pouco está interessado em que as populações vão por aí. De modo algum, quer populações com saúde e bem-estar, alegres e em relação umas com as outras. É por isso que, para as agências de turismo religioso do Mercado financeiro, Fátima é o local ideal para manter populações deprimidas, tristes, alienadas, humilhadas, autoflageladas, geração após geração. O que não deixa de constituir um crime de lesa-humanidade que polícia alguma do mundo investiga, tão pouco, desaconselha. Até estimula e protege.

Sem Fátima, a orfandade ou o desamparo espiritual não seriam ainda maiores?

“Pelo contrário. Tudo em Fátima é altamente deprimente. Orfandade. Desamparo espiritual. Só gente deprimida, órfã, desamparada espiritualmente, é capaz de dizer que se sente lá bem. (…)

Fátima é a negação de todos estes valores humanos. Em Fátima, o sofrimento é rei. A depressão é regra. O viver de joelhos é o objetivo último. Uma vergonha, uma degradação humana a céu aberto.”

Após este livro sente que pouco mais ficou por dizer sobre Fátima?

“As “aparições” só têm servido para ludibriar as populações mais desamparadas. São erradamente levadas a pensar que a solução para os seus graves e dolorosos problemas se resolvem com peregrinações a pé ou de carro para lá. Fátima não faz parte da fé católica, pelo que nenhum católico deixa de o ser, por não acreditar em Fátima. (…)”

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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-05-13
Imagem: Internet
Obs: Direitos reservados. 
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