0178. Despertar
Na adolescência…
Entretido com namoros e namoricos…
Entretido com corridas e bailaricos…
Não senti qualquer fascínio pelo “sagrado” ou pelo “divino” …
Confesso que ainda tentei ler o dito livro “A Bíblia” …
Mas não consegui!
O que lia, já naquele tempo me feria e ofendia…
O que lia, já naquele tempo nada me dizia…
Na maioridade…
Fui à mesma estante onde o livro ainda se encontra e li…
“Então o Senhor modelou o ser humano do pó da terra, feito argila, e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente.”
(…)
“… o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a levou até ele. Disse então o homem:
Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne!
Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada”.
Agora questiono:
Estas afirmações cabem na cabeça de algum ser minimamente racional?!
Estas afirmações cabem na cabeça de algum ser minimamente pensante sem lhe causar a mínima rejeição?!
Como é que é possível que, em pleno século XXI, seres humanos ainda acreditem que o “homem foi feito do barro e a mulher de uma sua costela”?!
Já vi alguns seres humanos nascerem das entranhas de uma mulher…, mas confesso que da terra ou de uma costela nunca!
Hoje, felizmente…
Pensar um pouco… questionar… já não implica ser queimado em plena praça pública!
Expressar o que pensamos ou sentimos já não implica um passaporte com destino ao “fogo do inferno” …
Tal como rezar incessantemente ou sacrificar toda uma vida não implica a eternidade ou um lugar reservado num cantinho do “céu”!
Cada um que pense o que entender…
Afinal…
Vivemos em plena liberdade!
Vivemos em plena liberdade de pensamento!
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Autor: Carlos Silva
Data: 2020-02-20
Imagem: Internet
Obs: Direitos reservados.
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