Quem hoje observa e vê a religião católica (não apenas!) com o seu omnipotente, omnisciente e omnipresente “deus”, criador “da terra e dos céus”, conhecido à escala planetária como autêntica estrela de cinema, e se dá trabalho de consultar alguns factos históricos, reparará, decerto, que no passado ano de 70 a “Cidade Santa” (Jerusalém) foi cercada e os seus habitantes, judeus, massacrados e escravizados pelos romanos…
“Quando os judeus se rebelaram contra a autoridade romana em 70 d.C. – por causa, entre outras coisas, dos altos impostos cobrados –, quatro legiões foram levadas pelo imperador Tito para sufocar a revolta.
Os 70 mil soldados logo viram que a luta não seria fácil. Especialmente quando se defrontaram com as muralhas de Jerusalém, atrás das quais milhares de combatentes judeus buscaram refúgio. A tentativa de invadir a cidade durou sete meses. Setenta mil legionários participaram do cerco
Constantemente ameaçados por ações de contra-ataque, os legionários fizeram um dos maiores e mais complexos cercos da Antiguidade. Construíram muralhas, torres de assalto, catapultas, escadas e diversos outros equipamentos que faziam das legiões romanas tropas únicas no mundo antigo – além de ótimos guerreiros, eram também excelentes engenheiros.
Ao fim do trágico combate, quando finalmente conseguiram vencer as três muralhas consecutivas que protegiam a cidade, os legionários, irritados com a resistência dos judeus, promoveram um verdadeiro banho de sangue (foram pelo menos 100 mil mortos) e terminaram por incendiar o Templo de Jerusalém, escravizando os sobreviventes.”
Consta que um milagroso líder que o povo judeu dessa altura tanto ansiava, era uma pessoa simples (carpinteiro?!) -tal como todo o seu povo, necessariamente pobre e submisso ao poderoso império dominante.
A sua criação e consolidação divina, ao longo da história, com as mais ilustres virtudes humanas, descritas em sucessivos evangelhos, exigiu bastante imaginação, sacrifício e tempo… e sobretudo muito sangue derramado; certamente muito mais do que aquele dos que tombaram no fatídico cerco de Jerusalém, vergados pela fome ou pela lamina da espada.
Por essa altura os “cristãos” eram indiscriminadamente sacrificados e atirados aos leões…
Não é por acaso que o atual “deus” fantasia o seu sacrifício, morte, e a perseguição do seu povo como algo que se deve obrigatoriamente enaltecer… -como se em semelhante barbaridade alguma beleza ou altruísmo pudesse existir!
Alguns destes inqualificáveis argumentos de sacrifício e vitimização resultam desse ancestral desejo de vingança… foram e são usados para manipular e extorquir os seus mais pobres e fiéis seguidores…
Nesta aparente submissão, ao longo do tempo, a igreja transformou-se numa espécie de entidade decisora do futuro da humanidade e da eternidade; na dona da vida e da morte; da moral e dos bons costumes; na defensora dos mais pobres e sobretudo dos que mais sofrem…
Par tal desígnio criou a Santa Inquisição, sempre que possível aliada ou sob a alçada do poder instalado…
O que na realidade sempre fez foi proteger-se para sobreviver. Iludir e vingar-se dos seus invasores, criando-lhes anjos e demónios, ao mesmo tempo que eliminava os pensadores e os seus mais acérrimos críticos… entretendo eternamente os restantes para à custa do seu medo, ignorância ou pobreza, poder viver…
Transformou-se num fingido e eterno pedinte que ajuda o povo com as suas orações e dele recebe o seu quinhão, vinho e pão!
Tudo em nome do seu único e suposto deus!
Autor: Carlos Silva
Data: 2021-02-12
Imagem: Internet
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