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0304. Concílio de Niceia



O Primeiro Concílio de Nicéia terá ocorrido pelo ano de 325 na cidade de Niceia, atual Iznik, Turquia…

Este concílio reuniu a maior parte dos bispos ditos cristãos e foi então organizado e presidido pelo então Imperador Constantino, o Grande.

Seria eventualmente a primeira assembleia da cristandade… a primeira tentativa de unir a maioria das crenças e alcançar o maior consenso possível no seio da Igreja Católica.

De acordo com alguns registos da época, Constantino terá convidado cerca de “1800 bispos da igreja cristã dentro do Império Romano, tendo estado presentes pelo menos 318”.

De entre as inúmeras resoluções tomadas, salienta-se a criação da Teologia, a homologação da “natureza divina de Jesus e a sua relação com o Deus Pai", a construção do Credo Niceno e a promulgação da lei canónica de onde desabrochariam os primeiros passos da atual Bíblia.

A maior parte dos livros religiosos da época seriam recolhidos ao mesmo tempo que era ordenado que a mesma fosse traduzida para o latim e usada posteriormente pela Igreja Católica.

“Nos seus primeiros séculos, a Igreja Católica serviu-se sobretudo da língua grega e seria precisamente nesta língua que foi escrito o Novo Testamento, bem como muitos escritos cristãos dos séculos seguintes”.

Seria então produzida a “Vulgata” para uma mais fácil compreensão e assimilação relativamente às suas predecessoras.

Foi a primeira e por muitos séculos única versão da Bíblia que verteu o Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução grega conhecida como Septuaginta. A versão latina da Bíblia foi usada pela Igreja Católica Romana durante muitos séculos e é, ainda hoje, fonte para inúmeras traduções.


Pelo ano de 431, seria acrescentado à Bíblia o “Culto da Virgem” e um pouco mais tarde inventado o “Purgatório”, o “Celibato” a “Confissão” …

Pelo ano de 1190 é criada a “Santa Inquisição”; são vendidas “Indulgências”; é inventada a “Imaculada Conceição”... entre tantas santas e santos que por milhares se podem hoje contar!


A Igreja mandava em praticamente tudo e todos!

Desde o mais pobre e desafortunado até ao mais rico e poderoso, passando por imperadores, reis e rainhas…

O seu poder era absoluto e intocável.


Criaram milagres e pecados…

Amedrontavam com torturas e infernos e subornavam com paraísos e eternidades…

Escolhiam, em nome do seu “deus”, quem ia para o céu ou para o inferno…

Condenavam e queimavam os blasfemos e os que professassem outra religião aplicando as leis divinas que criavam…


Passados quase dois milénios sobre este e tantos outros “concílios, persistem as guerras santas, a fome, a miséria… e sobretudo a ignorância humana.

As religiões continuam a alimentar-se dos mais pobres e desfavorecidos que nelas procuram consolo, saúde e sobretudo salvação.


Com despontar o Século XXI, com a globalização da informação e do conhecimento, a humanidade começa finalmente a despertar para a inexorável realidade…

Apesar da persistente doutrinação, é evidente o insanável descrédito e declínio generalizado de todas as crenças. São cada vez menos os jovens que se deixam aprisionar pelas teias da religião… sobretudo pelo conhecimento adquirido, pela necessidade de descobrir e sobretudo pelo seu pensamento lógico e racional.

A aposta na educação e no conhecimento científico acaba por ser inevitável.


A religião (Cristo) tem acompanhado a história de parte da humanidade ao longo dos últimos dois milénios… mas tal não configura um facto histórico!

O que está na origem de todo o pensamento religioso é o próprio homem. Pensando ou não, sem homem não existe religião.


A verdade acaba sempre por emergir e vingar-se de quem a procura desrespeitar!


Questione, pois, sem medo!...

Não questionar a religião é admitir a imperceção da ilusão.


Não escolheu a sua religião, mas está a tempo de escolher a sua liberdade!



Autor: Carlos Silva
 Data: 2022-09-29
 Imagem: Internet
 Obs.:
 Direitos reservados.


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