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0386. Popularidade



John Lennon disse um dia que “os Beatles são mais populares que Jesus Cristo”.

 

É natural que John Lennon, um ser livre e perfeitamente racional, tenha dito que “os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo”… afinal, adorava música e abominava a hipocrisia das crenças religiosas.

Na altura, as suas declarações, tal como “God” e “Imagine”, foram vistas como uma autêntica afronta; uma ofensa apocalíptica para a maioria das religiões de todo o mundo.

“Imagine um mundo sem religião com todas as pessoas vivendo as suas vidas em paz?”

Era uma “blasfémia” … uma perfeita utopia…  ou eventualmente um inquestionável desafio a qualquer mente minimamente racional!

Além duma acérrima crítica à religião, “Imagine” é sobretudo um autêntico hino à paz… e transformar-se-ia também num grande êxito mundial.

Mas Lennon, não se ficaria por aqui…

Afirmaria também que “o Cristianismo iria acabar; encolher e desaparecer…”.

Tais palavras implicariam graves consequências para os Beatles e em particular para Lennon, que, como sabemos, acabaria por ser assassinado em 1980; facto ainda hoje interpretado por alguns radicais religiosos como “castigo divino”. Apesar de não terem grande impacto no seu país, nos Estados Unidos, sobretudo a nível dos católicos mais conservadores, gerariam uma autêntica onda de indignação e revolta, levando à queima de discos, a ameaças e a tentativas de agressão durante a sua digressão.

A pressão de seitas religiosas radicais como KKK e sobretudo do Vaticano que através do Papa emitiria uma nota de protesto, seria de tal forma violenta que o cantor seria forçado a retratar-se publicamente. Numa primeira fase, Lennon, negar-se-ia a pedir desculpa; no entanto, sob a ameaça de que, em caso de negação, estaria em risco toda a digressão pelo território americano, acabaria por fazê-lo…

 

“Nunca quis comparar os Beatles a Jesus Cristo… (…) a ideia era que, para muitos jovens, a música é mais importante do que a religião… (…) “não sou contra Deus ou contra a religião… (…) 

“Nunca quis que soasse como uma coisa vil e antirreligiosa…. se querem que eu peça desculpas, se isso os deixará felizes, então ok: desculpem-me.”

 

Tendo em conta o atual contexto político português, onde Estado e religião católica vivem e convivem de mãos dadas…

Espero nunca ser constrangido a afirmar o contrário do que penso…

Espero nunca ter que pedir desculpa por dizer o que penso… ou apenas porque tal, eventualmente, ofenda a crença de alguma seita no seu fiel amigo imaginário.

 

Afinal, tal como Lennon, apenas quero “paz num mundo sem fronteiras nem religiões”.

Mas quero mais do que “imaginar”!

Quero viver esse mundo na realidade e em plena liberdade!

Quero… e é precisamente o que tenho vivido até agora!

 

Autor: Carlos Silva
 Data: 2023-11-22
 Imagem: Internet
 Obs.:
 Direitos reservados.



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