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0373. "Desintoxicação religiosa"



Perguntava o Rui Batista numa das suas publicações…


“COMO COMEÇAR O PROCESSO DE DESINTOXICAÇÃO DA CRENÇA RELIGIOSA?”


E o próprio respondeu…


“A crença religiosa não é algo que se "desligue" de um momento para o outro.

Eu próprio levei anos.

Há vários pontos importantes que contribuem para nos libertarmos dessa fantasia que se torna parte de nós desde tenra idade.

Primeiro, e talvez o mais importante, é perceber que NÃO TEMOS RESPOSTAS PARA TUDO, E ISSO NÃO É MAU.

Ou seja, por vezes, a resposta para algo é “NÃO SABEMOS” e isso não é vergonhoso. Vergonhoso é não saber, mas dizer que se sabe, e usar uma desculpa qualquer para justificar aquilo que, realmente, não se sabe.

Ler sobre vários temas é importante, pois existem ligações (por vezes não imediatamente claras) entre temas que parecem não ter relação. Por exemplo, o comportamento religioso está relacionado com a socialização, com a procura de aceitação e confirmação no seio de uma sociedade (uma família, um grupo de amigos, a cidade onde se vive, o país em que se vive, etc.), com a autojustificação de princípios que se tomam como certos, com aspetos da psicologia humana (como o viés de confirmação, a confusão entre casualidade e causalidade, etc.), com a dificuldade de aceitação de que se investiu tempo e recursos em algo que se tem medo de abdicar, com dissonâncias cognitivas, etc.

Portanto, ler sobre psicologia, antropologia, sociologia, história, cosmologia, etc., é importante. Já a filosofia é uma área com tantas ramificações que pode dar para ambos os lados, pois a filosofia é ótima para fazer perguntas, mas não particularmente boa a dar respostas, portanto pode ser usada como tentativa de se justificar aquilo que se pretende acreditar, através do processo de levantar mais dúvidas do que oferecer respostas.

Outra coisa importante, é questionar, pesquisar e não ficar satisfeito com os primeiros dados que se obtém e, acima de tudo, não aceitar apenas aqueles dados que parecem confirmar o que já tomamos como certo e descartar aqueles que contrariam aquilo que queremos acreditar. Fundamentalmente, procurar o maior número de dados sobre algo, cruzar e filtrar esses dados, e apenas reter aqueles que são sólidos e que se corroboram entre si e que cujas fontes são fidedignas.

Também importante é perceber que a avaliação pessoal baseada em senso comum é altamente insegura, e pode ser influenciada por inúmeros fatores que irão distorcer a apreensão e avaliação seja do que for. Acima de tudo, usar a "navalha de Occam", que postula que entre duas ou mais explicações para um facto, a mais simples é usualmente a correta. E, uma explicação natural é sempre mais simples do que uma explicação que exige que se recorra a magia, esoterismo, sobrenatural (basicamente, que exija que se aceitem coisas que nem sequer podem ser comprovadas).

Basicamente, seguindo estes princípios será um excelente caminho para deixar de se acreditar em algo que não é real, nunca foi, e nunca será, pois quando se estuda o suficiente, ficamos a saber que a religião foi apenas o primeiro esforço humano de tentar arranjar explicações para o que não compreendia. Um esforço digno, louvável, mas extremamente pueril e baseado em fantasia, ignorância e superstição.

E isto leva-nos à máxima mais importante que é preciso seguir para largar a religião:

SABER É MAIS IMPORTANTE QUE ACREDITAR.”




Impulsivamente, tal como outros, acabaria também por responder à sua publicação com um pequeno comentário…


"COMO COMEÇAR O PROCESSO DE DESINTOXICAÇÃO DA CRENÇA RELIGIOSA?"


Para dar início a um "processo de desintoxicação da crença religiosa" é necessário reunir um grupo de pessoas que estejam dispostas a lutar por algo que pode ser fundamental para o futuro de muitos jovens e sobretudo das gerações vindouras.

Pode ser um trabalho tão importante como aquele que, no passado, desenvolveram alguns heróis para salvar crianças do holocausto, da guerra, da fome ou da miséria.

O primeiro passo deve ser, pois, reunir essas pessoas, conversar e definir estratégias, objetivos e ações concretas que possam ser traduzidos em resultados reais.

Como diz o Rui, "ler é muito importante", tal como é a sua "luta diária" com a sua lúcida argumentação com todos os seus "amigos" crentes... é realmente um trabalho árduo... e já lhe disse uma vez, que é preciso muita paciência para responder a todos!

Ás vezes até fico cansado (sorriso!) só de ver!

Após estabelecer as diretrizes, o segundo passo é passar à ação!

Definir ações concretas.

Criar uma associação ateísta... (Ex. República e Laicidade!). Conheci-os há pouco porque apareceram na comunicação social a contestar as "Jornadas Religiosas".

Criar uma sede própria (física) tipo biblioteca... com acesso total a internet e ao mundo...

Desenvolver ações que impliquem pensamento racional.… porque não usando da "navalha de Occam"... e depois ampliar para mais polos, conforme se vai crescendo e tendo mais membros.

Despertar/contrapor para outras realidades (e até religiões) que não apenas a Igreja Católica...

Contrapor ideias/eventos a estas "jornadas de doutrinação de jovens"... -outras sugestões culturais, científicas ou musicais...

(...)


VAMOS COMEÇAR?!


Carlos Silva



Autor: Carlos Silva
 Data: 2023-07-01
 Imagem: Internet
 Obs.:
 Direitos reservados.


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