A Epopeia de Gilgamesh é uma das primeiras obras da literatura mundial e é constituída por doze placas em escrita uniforme onde consta a descrição de um grande “dilúvio”.
Pressupõe-se que na sua origem tenham estado lendas e contos sumérios sobre o mitológico deus-herói Gilgamsh, reunidos e compilados no século VII a.C.
Refere precisamente um desses contos Sumérios de 4500 a.C. que “deus”, na sua omnipotência, após ter criado a humanidade, se teria zangado com o seu comportamento, decidindo eliminá-la fazendo uso de um dos seus mais temíveis instrumentos divinos: o “dilúvio”. Ordenaria, então, que fosse construída uma enorme barca onde seriam carregados diferentes tipos de sementes e um casal de cada espécie animal…
No final desse “dilúvio” soltaria uma pomba para vislumbrar a existência de terra firme…
Posteriormente, a história da “Arca de Gilgamesh”, ou melhor, da “Arca de Noé”, repetir-se-ia…
“Deus”, perante o reincidente mau comportamento da Humanidade, decidiu inundar novamente a terra e causar enorme destruição. Desta vez, para serem salvos do novo “dilúvio”, escolheria o fiel Noé, a sua família, e um casal de cada espécie de todos os animais do mundo.
Com as devidas adaptações e muita imaginação, a Igreja Católica, criou, literalmente, uma cópia de uma das passagens da Epopeia, a obra que descreveu o “Dilúvio” antes da Bíblia; esta, no entanto, baseada num acontecimento real: uma inundação ocorrida no rio Eufrates, tal como comprovam dados arqueológicos da altura.
Um dos sobreviventes desse “dilúvio” seria precisamente o rei sumério Ziusudra que fretaria uma barca comercial e a encheria de comida e animais para conseguir escapar... convertendo-se, assim, numa lenda.
Menos transcendental por não ter sido à escala global, mas não menos trágico, seria o recente dilúvio ocorrido na cidade de Derna, na Líbia, após uma violenta tempestade, onde se estima que tenham morrido mais de 5 mil pessoas e tenham desaparecido cerca de 10 mil.
Continuará o dito zangado com o comportamento destas populações para impor tão severo castigo?
Não será caso para sorrir, mas qualquer leitor minimamente diligente entenderá obviamente que a maioria das histórias contidas na Bíblia são apenas cópias ou adaptações primitivas e muito rudimentares de mitos dos povos que anteriormente habitaram esta zona do globo terrestre.
Autor: Carlos Silva
Data: 2023-10-01
Imagem: Internet
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