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0394. Comentários




Em maio de 2017 escrevi o texto “Missa” que, pelo seu contexto social atual, decidiria incluir no livro Agora (I).

Após inseri-lo no meu blog e publicá-lo nas redes sociais, seria alvo dos mais diversos comentários… alguns elogiosos… outros revelando alguma indignação… outros ainda, ofensivos, que acabaria por apagar ou ignorar.

A dois desses comentários, por serem de amigos que me são relativamente próximos, acabaria por responder e publicar os mesmos no livro Agora II, como forma de esclarecimento, não apenas aos autores, mas a todos os que, em particular, acabaria por não responder.


 

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O Texto objeto de comentário:

116. Missa (Agora (I))

 

Fui acompanhar a Luísa e a mãe à missa[1] por “alma do meu falecido sogro” …

Ás vezes entro na igreja com elas, como entro em qualquer lugar, mas desta vez ficaria à porta a falar com um amigo que, entretanto, me abordara.

No final, mostrando algum desagrado, a Luísa comentou comigo:

“Durante a missa pediram-nos dinheiro duas vezes… e à saída, outra vez!”

Não respondi, mas pensei… 4 vezes! -uma vez que para mencionar o nome dos defuntos em memória de quem a missa se realiza, cada familiar paga uma determinada quantia. Tal significa que, numa missa, um paroquiano, pode ter que pagar, pelo menos 4 vezes uma quantia em dinheiro.

Observei que a Luísa também trazia na mão um “Boletim Paroquial da Unidade Pastoral”[2], onde, curiosamente, na capa constava o texto “distribuição gratuita”. Sem perceber bem porquê, entregou-mo. Passando consequentemente os olhos por cima, dois títulos do mesmo despertaram-me a atenção:

O primeiro, dizia…

“Maria não veio a Fátima para que a víssemos, mas para avisar sobre o Inferno que é a vida sem Deus”.

Pareceu-me uma espécie de ameaça encapotada aos que encararem a vida sem o dito “Deus”. Decerto que na eternidade serão encaminhados para o dito “inferno”, em detrimento dos que na terra “vivem com Deus”, (ou pelo menos pensam que vivem!), esses certamente com lugar certo no dito “paraíso”.

Os que na terra “vivem sem Deus”, obviamente que nunca poderão ser boas pessoas!

Mais curioso ainda é que a dita “Maria” tenha vindo a Fátima não apenas para ser vista pelos que a avistam, mas para avisar sobre esse “inferno”!

O segundo dizia…

“Domingo do Bom Pastor”. Dedicado aos sacerdotes…

“Ao entrar na sacristia (cito), o pároco encontra um envelope que por fora dizia “Bom Pastor” e dentro continha alguns euros” de um grupo de anónimos paroquianos que assim quiseram mimar o seu Pastor”.

Afinal também há ofertas em dinheiro aos “Bons Pastores”!

5 vezes! -pensei. Tal significa que numa missa se pode pagar 5 e não apenas 4 vezes!

Há pouco ouvi o Papa Francisco, também numa missa[3] dizer que “não se pode servir a Deus e ao dinheiro. Ou um ou outro. O dinheiro faz adoecer o pensamento e a fé faz-nos ir por outros caminhos…”

 

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C. B. (amigo de infância, adolescência e maioridade)

Comentário no Facebook ao Texto 116. Missa (Agora I)

 

“Nunca percebi porque pessoas que criticam e condenam a igreja a utilizam e exigem os seus serviços para os seus interesses. Não sejamos hipócritas!”

 

 

Resposta ao comentário:

 

Caro amigo C. B.,

Normalmente não troco argumentos no Facebook sobre as minhas publicações, quer sejam sobre “política”, “religião”, “desporto”, etc…

Cada um é do que é e acredita no que acredita!

É um direito que todos temos na nossa sociedade livre e democrática.

Prefiro fazê-lo pessoalmente, sobretudo com os amigos (de infância e de “armas”) como tu.

Vou abrir uma exceção apenas para responder ao teu "Não sejamos hipócritas" porque generalizas; não sei a quem te diriges e também para esclarecer o que julgo ser uma pergunta que fazes (“Nunca percebi porque pessoas criticam e condenam a igreja e utilizam os seus serviços”).

Servirá, pois, para esclarecer também os “comentários” que me são dirigidos por outros amigos quer em público quer em privado.

Para contextualizar e para que melhor entendas, todos os meus textos são baseados em factos reais, em ocorrências, em sentimentos genuínos, em pensamentos pessoais, e este, como tantos outros, não foge à regra. Não existe qualquer “hipocrisia” (pelo menos na minha leitura e interpretação lógica).

Sobre o texto que comentaste, nesse dia tinha ido acompanhar a Luísa e a minha sogra à igreja… -o que é normal (a minha sogra é muito religiosa… e respeito) e como quase sempre, não entrei. Fiquei à porta a conversar com um amigo.

Ao sair, a Luísa comentou comigo que lhe tinham pedido dinheiro na igreja por 3 vezes. Duas durante a missa e uma ao sair, à porta. Depois entregou-me um folheto que recebera onde constava... e cito: que um “grupo de anónimos paroquianos oferecera um envelope ao Bom Pastor (padre) que continha alguns euros. Ora, com o pagamento da missa (que a minha sogra fizera), tal perfizera 5 “serviços” … e seria precisamente este facto (autêntico!) que me impeliu a escrever o texto.

Este e muitos outros textos, fazem parte dum livro que publiquei recentemente. Decidi expô-lo no Facebook porque a divulgação (a publicidade faz parte do contrato que assinei com a editora) têm sido alvo de alguns “comentários” (opiniões contrárias que respeito) e também de censura por parte do Facebook, que considera que alguns violam os “Padrões da Comunidade”, sem sequer justificar, quais e o porquê.

Ora, eu penso por mim e não sigo, nem nunca segui, qualquer padrão de opinião previamente estabelecido ou socialmente incutido desde a infância.

Os textos refletem apenas a minha opinião (que vale o que vale como todas as outras) e tenho todo o direito de expressá-la livremente no Meu site, no Meu blog ou na Minha página do Facebook.

Não tenho por objetivo ofender nenhuma pessoa em particular.

Não “condeno” quem acredita no que quer que seja!

Tu tens todo o direito de seres católico, como outro terá de ser islamita, um índio de adorar o “Deus Sol”, ou eu de não acreditar em nada!

É um direito de todos!

Questionar ou perguntar a existência de “entidades supremas” (ou não!) é perfeitamente natural… um direito de qualquer mente minimamente pensante… mal estaria o mundo se todos pensassem igual, acomodados apenas ao que nos dizem ou ficarmos calados e quietos sem respostas minimamente racionais!

Há pessoas religiosas (e não religiosas) boas e más… o que critico é a maldade e as atrocidades que são cometidas em nome dessas crenças e estados ditatoriais.

Não utilizo “serviços” da igreja, no meu interesse… nunca utilizei. Casei numa igreja (para fazer a vontade aos pais e aos sogros), mas até o podia ter sido num estádio de futebol ou num recito de festas… para mim era igual. O importante era o momento… e vivê-lo intensamente tal como fiz.

Quando um dia cá não estiver… (todos vamos!) … dispenso qualquer cerimónia ou “serviço religioso”, simplesmente porque tal não me conforta nem me diz absolutamente nada. Aliás, ser-me-á indiferente, porque já cá não estarei! Mas se hoje me perguntarem, em vez de “missas”, ou cerimónias fúnebres, prefiro que cantem o hino de Lennon (“Imagine”) por um mundo sem crenças, em paz e em liberdade.

O que faço e sempre fiz é tratar bem a minha família e todos os que me rodeiam enquanto cá estiver… para mim o que realmente mais importa!

É isso que me dá ânimo e me conforta.

Sei que é uma resposta muito longa…

Se a leres espero ter sido esclarecedora.

Se algum dia quiseres falar pessoalmente sobre o assunto, pois, estou sempre disponível.

Abraço!

 

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P. (amigo de adolescência e maioridade…  de corridas de bicicleta… e vida militar)

Comentário no Facebook ao Texto 116. Missa (Agora I)

 

Amigo Silva, quando utilizas este meio de comunicação para fazeres as insinuações que te vão na Alma "se tiveres" e as enviares aos sete ventos para somente difamares e denegrires quem quer que seja, pois só acreditas em ti e nas tuas verdades, deixo-te estas pequenas palavras para as leres com atenção:

Quando alguém me diz que não acredita 'nessas coisas' porque só acredita naquilo que vê, fico a pensar se essa pessoa acredita na sua memória, no seu pensamento, nas suas emoções, na sua intuição. Se alguém me diz que só acredita naquilo que pode ser tocado, medido, comprovado cientificamente, fico a pensar se essa pessoa acredita no amor; se acredita na confiança, se acredita na esperança, se acredita no sentido da vida. A conclusão é sempre a mesma: mais tarde ou mais cedo, todos percebemos que – “o essencial é [mesmo] invisível aos olhos: só se vê bem com o coração”.

Bom domingo

"Deus é tão simplesmente isto"

 

 

Resposta ao comentário:

 

Caro amigo T. Z. P.,

Amigo de inúmeras corridas de bike... aventuras civis e militares...

Suponho que terás lido a resposta que escrevi acima... por isso não me vou alongar a responder aqui... apenar reiterar que "tenho todo o direito de criticar ideias, ideais, figuras públicas, estados ditatoriais, qualquer tipo de crença ou religião... etc... " tal como tu!

É um princípio fundamental (liberdade de opinião) de qualquer sociedade livre e democrática…

Cito: “Uma Lei ou Padrão de Comunidade que diga que não posso criticar ou ridicularizar ideias, nomeadamente religiosas ou do domínio público, calando e eliminando os seus membros é no mínimo, INTOLERÁVEL e INADMISSÍVEL, hoje em dia! (Rowan Atkinson).

Acredito tanto no amor que até um livro escrevi sobre ELE! O amor é o meu "deus"!

Não diria que só se vê bem com o coração... mal de nós se não questionamos algo que nos incutem como verdadeiro ou não pensamos racionalmente sobre a realidade!

Há quem diga (Óscar Wilde) que "os olhos são inúteis quando a mente é cega".

Sabes que eu não acredito em "amigos imaginários", mas sim nos verdadeiros amigos... como TU!

Eis porque te vou dizer o seguinte: Nunca o revelei nestes anos todos em que estivemos juntos... não sei se terás lido já o meu livro ("Agora I" -decerto que não), mas, se o fizeres, fica a saber que te considero tão "AMIGO"... te tenho tanto no coração que um dos textos (o nº 93) é dedicado a ti.

Grande abraço!

 

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2022-05-09
Imagem: Internet
Obs.:Direitos reservados.



[1] Igreja de Borba

[2] De Borba, Ano 1 Nº 3 maio 2017

[3] Santa Marta

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