Movimento de Militares pela Verdade:
"Almirante Gouveia e Melo Exonerou o nosso Capelão Licínio Luís”.
“Cito as palavras do Sr. Capelão ao Sr. Almirante Gouveia e Melo:
Não te deixes levar pelas primeiras impressões.
Aguarda pelos que fazem o caminho certo. A justiça que siga o seu caminho... O senhor Almirante, que aguarde pela justiça. Julgar sem saber, não corre nada bem. Os jovens estavam a divertir-se e foram provocados. Um deles é campeão nacional de boxe, no seu escalão, foi atingido a falsa fé e reagiu.
Quem não o fazia. É selvagem por isso? O senhor Almirante nunca foi para a noite? Nunca bebeu uns copos? Juízo com os nossos julgamentos. Aguardemos pelas investigações. Os nossos jovens têm direito a serem respeitados. Os jovens da PSP estavam no mesmo âmbito e alcoolicamente tão bem-dispostos como os nossos. Juízo com os nossos julgamentos.
O Capelão Licínio Luís apenas apela ao bom senso.
Nenhum dos militares ainda foi dado como culpado.
Nenhum foi julgado pela justiça, mas o Sr. Capelão já foi julgado por estas palavras e exonerado."
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Após ter lido o texto publicado pelo “Movimento de Militares pela Verdade” (acima) … e já ter conhecimento da notícia (“Igreja puxa as orelhas ao Almirante Gouveia e Melo”) pelos jornais, como militar que também sou, não poderia ficar indiferente, deixando também a minha modesta opinião, que vale o que vale… porque o que vale e é realmente inquestionável, é que como consequência de graves agressões à porta de uma discoteca em Lisboa, morreu um jovem PSP com apenas 26 anos… e a sua vida ninguém trará de volta!
Num quartel de militares o Comandante comanda… e manda!... -que, de resto, não é nada fácil!... mas fundamental para que a hierarquia funcione.
Se todos fossem “comandantes” … se todos comandassem, ou simplesmente mandassem uns “bitaites” para o ar discordando dos que comandam, resultaria que ninguém se entenderia.
Os militares devem estar nos Quartéis!
Os capelães devem estar nas Capelas!
Ao Comandante cabe comandar!
Comandar confere o direito de exonerar quem não respeita a hierarquia militar.
É, pois, legítima a exoneração.
Ao Capelão cabe cuidar das “almas” dos seus fiéis seguidores e nem sequer deveria estar nos quarteis.
É inaceitável que no Sec. XXI, a religião (seja ela qual for) ainda se intrometa na ação de comando das Forças Armadas/Segurança… e consequentemente na própria Justiça.
Não são poucos os exemplos em que do casamento (religião/estado) resultaram graves danos para a sociedade civil.
Se os ilustres representantes de certas “divindades” saírem dos santuários e voltarem a ocupar lugares públicos, a tomar decisões que afetam os militares ou o destino de um povo, certamente que regressaremos a um passado recente e sombrio onde a palavra de “deus” era sinónimo absoluto de justiça e moral… e questioná-la uma afronta na maior parte dos casos punida com a morte.
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Como vivemos numa sociedade livre e democrática com plena separação de poderes, nomeadamente no que diz respeito à Justiça e sobretudo à Religião relativamente ao Estado, eis o resultado:
“O Tribunal Central Criminal de Lisboa condenou Cláudio Coimbra a uma pena de 20 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado na forma consumada de Fábio Guerra e por dois crimes de homicídio na forma tentada de João Gonçalves e Cláudio Pereira. Já Vadym Hrynko foi condenado a 17 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado de Fábio Guerra e um de homicídio na forma tentada de João Gonçalves.
O tribunal decidiu ainda aplicar uma indemnização de 432 500 euros à família de Fábio Guerra, que esteve presente na leitura do acórdão.”
02-jun-2023
Autor: Carlos Silva
Data: 2022-03-31
Imagem: Internet
Obs.:
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