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1049. Antítese




I

 

Olhei para a desolação dum pequeno jardim deserto

E vi que algo não estava certo

Uma pobre moça abandonada

Longe do rapaz que simplesmente a adorava

O céu estava lúgubre agreste ameaçador

A noite escura uma paisagem de terror

Ao longe um velhote deitado no chão

Coberto com um simples jornal que detinha na mão

A seu lado um passarinho gelado

Pulava no solo molhado

As árvores estavam nuas vazias mortas

E as folhas secas imóveis mortas

Perto notava-se um pequeno charco

A água tinha um aspeto turvo amargo

Taciturno perguntei o que se passava

Respondeu tão-somente que não a amava

 

A solidão chegara conquistara e reinava

 

 

II

 

Olhei para o esplendor dum grande jardim coberto

De um verde belo e vi algo lindo decerto

Uma bonita moça estava acompanhada

Pelo rapaz que tanto amava

O céu claro límpido de mil-e-uma-cor

Iluminava o local com ternura e amor

Ao longe uma criança brincava com um cão

Ao lado o irmão que a levava pela mão

Perto um passarinho doirado

Voava indo poisar no beiral do telhado

As árvores fofas cheias cobertas

Por folhas de vida e tão abertas

Perto situava-se um pequeno lago

Cuja água límpida e clara era algo

Maravilhoso Passei e num sorriso de salva

Olhando para trás notei que ele a beijava

 

O amor chegara conquistara e reinava




 

 

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