0017. Amar
Amar…
Pulsa-me o corpo de vida…
Pulsa-me[1] num ritmo desritmado!…
Pulsa-me por todos os poros…
Pulsa-me e dilata-se…
Ahhhhhhhhhh!…[2]
… até que o coração me abandona num quase pleno silêncio mental absoluto…
… até que um quase pleno silêncio de felicidade me invade… até que um quase pleno silêncio literal toma conta de mim…
Não faz sentido o sentido de um ato de amor[5]…
Dos espaços mais recônditos da consciência (im)pulsa-me o desejo de emergir toda esta lava de sentimento que queima e teima em transbordar…
Apetece-me desnudar a imagem d’ AMAR…[6]
Recompõe-se, não sei de que profundezas, o olhar, algumas palavras vagas, lentas, desnecessárias no sossego da noite…
Volta o conforto emocional e a leve sensação inicial da pele ainda quente…
Volta a agitação visual… -admirável como ainda sabe a desejo!
Volta o sorriso desmedido daqueles lábios de desejo…
Carícias de memória…
É impossível retardar o “pulsar da vida”[7]…
Abandono total…
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Autor: Carlos Silva
Data: 1997-06-23
Imagem: Internet
Obs: Rabiscos durante um ato de amor…
Direitos reservados
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PS: Durante o ato...
[1]Contrai-se
[2]Clímax
[3]Palavras
[4]Imagens imperfeitas de toda uma série de intensas sensações que não me atrevo a imaginar
[5]Falta sentimento
[6]Artificiar, pensar, compor o ato de amor...
[7]Clímax mental
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