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0259. Cartas de Indulgência



As “Cartas de Indulgência” eram prática corrente da Igreja Católica e tiveram o seu início no século XI com o intuito de controlar e obter dinheiro fácil dos seus fiéis seguidores. As esmolas eram parcas e escassas numa população já de si faminta e pobre em recursos.

Eram uma espécie de perdão concedido aos crentes pelos seus pecados e consistiam no pagamento voluntário de uma quantia monetária calculada em função da posição social e da gravidade dos mesmos.

Após concedidas pela Igreja Católica as indulgências garantiam e reservavam automaticamente ao pecador arrependido um lugar no paraíso.

O perdão do pecado, associado ao medo do inferno, dominavam o “imaginário sociocultural da Idade Média”, pelo que as Cartas rapidamente se transformariam numa medida, ainda que algo severa, socialmente aceite pela maioria da população.

Nos séculos XIV e XV, com o despertar do Humanismo por toda Europa, sobretudo nos meios mais instruídos, as indulgências começaram a ser criticadas e a perder alguma popularidade o que desencadearia algumas medidas de repressão mais severas tais como julgamentos e queimas em plena praça pública de hereges e inimigos da fé cristã que ousaram colocá-las em questão.

Quer sob a forma de indulgência, quer sob as mais imorais formas este comércio, o negócio do divino continua ainda hoje a alimentar a gula e poder da Igreja Católica e de todas as religiões.

Financia a construção de descomunais catedrais e templos, cria autênticos impérios como é o caso do Vaticano, e sobretudo alimenta todo o fausto clero que vive luxuosamente e vergonhosamente à custa do trabalho e do suor dos seus pobres e acéfalos fiéis.



 Autor: Carlos Silva
 Data: 2021-09-24
 Imagem: Internet
 Obs.:
 Direitos reservados.

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